quinta-feira, 21 novembro 2024
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3ª dose contra a covid-19: POR QUÊ?

Esqueça chip, a marca do demônio, ou a implantação de uma nova ordem mundial! As vacinas não tem nada a ver com isso. Ao contrário, elas são benéficas,  que diminuem muito a incidência das doenças para as quais somos vacinados. Vamos pegar o exemplo da Covid-19, veja os gráficos:

Os gráficos da esquerda se referem aos números de vacinação, novos casos e mortes por covid-19 em território brasileiro. Os da direita são os mesmos dados, mas agora para o mundo. Você pode ver que a quantidade de casos cai na mesma medida em que a vacinação avança. Menos casos, menos morte, simples assim. 

Isso ocorre por que a vacina prepara o nosso corpo para o encontro com o vírus, forçando-o a produzir os famosos anticorpos. Eles são proteínas com a capacidade de se ligar ao vírus e assim neutralizar e ajudar o sistema imunológico a lidar com o risco do vírus. Como tudo isso acontece, vou deixar para outro texto. Aqui eu quero falar sobre o que está acontecendo as autoridades de saúde já estão aconselhando a 3 dose ou a dose de reforço. 

Reforço ou terceira dose? Por que devemos tomar? por que as duas primeiras não foram o suficiente? quem deve tomar esse reforço? Todas as informações foram retiradas das fontes e referências abaixo escritas. Então se precisarem de informações adicionais, vocês poderão consultá-las. Vamos às respostas. 

Terceira dose ou de reforço. Segundo Lisa Maragakis e Gabor Kelen, ambos especialistas em doenças infecciosas na Johns Hopkins, escola de medicina de Harvard, é dose de reforço. Em artigo para o site da instituição, eles afirmam que a terceira dose é dada às pessoas imunocomprometidas, ou seja, pessoas com o sistema imunológico enfraquecido e que precisa de um complemento adicional. A dose de reforço seria uma dose que fará a resposta ao vírus durar por mais tempo. Dessa forma, o que está sendo proposto não é a terceira dose, mas uma dose de reforço. Mas isso é só um detalhe. 

O mais importante é que o nosso ministério da saúde, esse reforço deve ser aplicado em todas as pessoas com mais de 18 anos, independente das vacinas já tomadas até aqui. Ou seja, não imṕorta se você tomou pfizer, astrazeneca, coronavac ou Janssen, você tomará a dose de reforço. Para as três primeiras, os reforços serão aplicados após 5 meses da 2 dose e para Janssen será após 2 meses. Mas porque temos que tomar esse reforço. 

As duas doses foram mais do que suficientes para diminuir o n de casos e de mortes. Tanto é assim que no Mundo e no Brasil estamos numa situação só vista no início da pademia. Isso deu tranquilidade, mesmo com muitas preucações, para abrirmos escolas, comércios e estabelecimentos de lazer. Pudemos, então, estar em contato novamente. Mas o que os pesquisadores estão vendo agora é que os níveis de anticorpos, no sangue de pessoas vacinadas, estão caindo. Segundo alguns artigos consultados isso fica bem evidente. 

Em um deles, publicado em outubro desse ano, mostra como o efeito das vacinas está passando. Nesse estudo, os pesquisadores escolheram cerca de 4000 pessoas vacinadas, pela pfizer. A população amostrada era feita de profissionais da saúde de um hospital da cidade de Sheba em Israel. Os pesquisadores analisaram os níveis de anticorpos específicos contra sars-cov2 no sangue desses profissionais. As coletas mensais mostraram, após 6 meses, o declínio da quantidade de anticorpos. Mas na prática, o que essa queda significa. Simples: a queda da eficácia das vacinas. 

Em um artigo britânico foi mostrado que, ao longo dos seis meses, após a segunda dose AstraZeneca e Pfizer perdem sua eficácia. A primeira tem uma queda de 88% a 67% e a segunda os incríveis 90% de eficácia do primeiro mês cai para cerca de 74%. Continuam armas poderosas contra a covid-19, mas mesmo assim as quedas são inegáveis. Essa queda pode causar um certo temor na gente, mas ela era esperada, mas não desejada. E tem tudo a ver com a queda dos níveis de anticorpos que já discutimos. Mas por que essa queda está ocorrendo? 

Parece ter a ver com a memória imunológica do nosso organismo. Sim temos uma biblioteca completa de anticorpos a nosso dispor em células chamadas de linfócitos B. Essas são as responsáveis pela produção dessas proteínas em caso de infecção ou de vacinação. Além disso, elas podem sobreviver longos períodos a espera de um invasor específico. A essas podemos chamar de linfócitos B memória. Ou seja, a B memória guarda a informação de produção de anticorpos específicos para uma doença. Assim, por exemplo, se você pegou catapora na sua infância é imune para sempre já que seu corpo possui B memórias de longa duração para essa doença. Fantástico não? Então, é só pegar todos as doenças do mundo uma única vez e então estarei imune para todas elas para sempre? 

Não é bem assim, como esclarece uma amiga minha residente na Universidade de Freiburg na Alemanha. A Drª. Raquel Lorenzetti trabalha com imunologia de doenças como asma e auto-imune e me disse em conversa que há dois tipos de B memória: a de longa duração e a de curta duração. A de longa é a memória que dura anos ou uma vida inteira, ou seja, a memória de anticorpos para catapora e a de curta é aquela que pode declinar com o passar dos meses. Ao que parece a B memória formada para a covid-19 parece ser de curta duração. Mas por que essa diferença. 

Bem a Drª Lorenzetti diz que isso depende como os linfócitos B são estimulados a produzir anticorpos. Há várias formas pelas quais essas células são estimuladas. As vias mais eficazes para a produção de células B memória de longa duração parece passar por outros tipos de linfócitos: os linfócitos T. Quando a estimulação ocorre por essa via, uma vacina, por exemplo, pode ter seu efeito válido por anos ou até mesmo décadas. Como é o caso da vacina contra o sarampo ou ainda da febre amarela. Para a formação de B memória de curta duração a vacina pode exigir reforços periódicos. E por isso é importante tomar essa dose de reforço. Para formar mais células de memória e assim fazer o organismo relembrar a sua função de combate. 

Além disso, a Drª Lorenzetti afirma que para uma resposta de reforço mais eficiente é importante tomar esse reforço com outras vacinas. Ou seja, você que tomou pfizer, preferencialmente, deveria tomar a astrazeneca ou a coronavac. Assim, o seu organismo terá novas pistas para a produção de novos anticorpos e quem sabe montar uma resposta mais prolongada. Mas quem deve tomar o reforço? 

Fácil: todas as pessoas acima de 18 anos devem tomar o reforço. Isso para que a história de 2020-2021 não se repita e possamos passar por essa crise de maneira mais segura e confortável. Seiscentas mil mortes é um lembrete pesado do nosso dever de proteger os outros e do nosso direito de ser protegido. Espero ter esclarecido algumas coisas com esse texto, ele ficou bem maior do que o desejado. Então se quiserem mais detalhes sobre como acontece a produção de anticorpos, aguarde os próximos textos. Tomem a dose de reforço, se cuidem e até o próximo texto. 

 SAIBA MAIS 

https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/coronavirus/booster-shots-and-third-doses-for-covid19- vaccines-what-you-need-to-know 

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2021-11/covid-19-ministerio-reduz-intervalo-de-reforco-e-amplia-publico  

https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/vaccines/booster-shot.html 

https://www.dw.com/pt-br/estudo-aponta-queda-da-eficácia-de-vacinas-dentro-de-6-meses/a-58980546 https://en.wikipedia.org/wiki/Neutralizing_antibody#Difference_between_neutralizing_antibodies_and_binding_antibodies https://ourworldindata.org/covid-vaccinations 

Waning Immune Humoral Response to BNT162b2 Covid-19 Vaccine over 6 Months A global database of COVID-19 vaccinations 

COVID vaccine immunity is waning — how much does that matter? 

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