quinta-feira, 19 setembro 2024
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Análise: “Influencer” por que te quero mesmo?

Vidas de mentira têm sido pautadas sobre números de seguidores que, sem perceber, patrocinam luxo e glamour para quem não tem nada a oferecer

A maioria das pessoas costuma se orgulhar em dizer que tem opinião própria e que não é influenciada por ninguém. Elas acreditam que pensam como pensam, comem o que comem e vestem o que vestem por escolha própria, mas isso não é verdade.

Todos nós somos influenciáveis e quanto antes entendermos isso, maior serão as chances de tomar as rédeas da nossa vida. Negar essa influência é como tentar tapar o sol com a peneira. Por isso, é importantíssimo selecionar muito bem seu círculo de amizades, pois invariavelmente, você será influenciado por quem o cerca.

Na era das redes sociais essa influência se elevou a uma potência inimaginável, afinal, você pode navegar em questão de poucos minutos, pela vida de qualquer pessoa ao redor do mundo e que, quase sempre, parece ter uma vida muito mais interessantes do que a sua.

Com isso, perfis com milhares de seguidores têm sido usados como moeda de troca por pessoas que se autointitulam “influencers” ou, em português, influenciadores. Eles cativam seguidores postando fotos em restaurantes chiques, resorts de luxo, na primeira classe de voos rumo a destinos da moda e, claro, sempre vestindo as melhores roupas, usando os acessórios mais descolados e calçando os melhores sapatos.

Todo dia postam looks novos — enviados gratuitamente por diversas lojas — e recebem caixas e mais caixas de presentes para fazerem os tão batidos vídeos de “unboxing”, que consistem em abrir as tais caixas e elogiar os chamados “recebidos” — ainda que nem saibam direito o que é ou que jamais tenham usado. O objetivo é influenciar você a comprar e provar para as marcas que os apoiam o quanto eles dão de retorno.

As frases são as mesmas: “gente, tô apaixonada por essa blusa”, “tô completamente ‘in love’ por essa bolsa”, “vou revelar para vocês: esse creme é o meu segredo de beleza há anos!”.

A blusa e a bolsa logo vão parar em sites de venda de usados e o tal creme que tinha “anos de uso” (mas, que na verdade foi lançado mês passado) logo dá lugar a outros produtos, afinal de contas, a fila anda.

A questão é: você conhece de fato as pessoas que tem seguido? Será que para obter o seu “like” é só postar uma foto produzida e um texto politicamente correto, ainda que aquela pessoa aja de forma totalmente diferente do que prega?

Será que você tem sido usado apenas como mais um número para que seu “influenciador” consiga cada vez mais patrocinadores para instigar você a gastar um dinheiro que não tem e pagar por produtos, viagens e roupas que o ajudou a ter de graça?

Essa corrida para influenciar pessoas e obter vantagens tem ido tão longe que já virou um problema para hotéis de luxo ao redor do mundo. Confira esta matéria para ter uma ideia do que estou dizendo.

Portanto, seja seletivo. Siga perfis de pessoas que realmente tenham conteúdo a oferecer. Pense, pondere e analise antes de curtir, comentar e — principalmente — compartilhar postagens. Não permita mais ser usado para patrocinar luxo e glamour na vida de pessoas vazias que só contribuem para esvaziar os bolsos de seus seguidores.

FONTE: R7

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