A relação da Seleção Brasileira de futebol feminino com a Baixa Mogiana é cada vez mais estreita. As representantes do Brasil são comandadas pelo técnico Vadão, que por anos foi treinador e residente em Mogi Mirim. A preparação física é de responsabilidade do mogimiriano Fábio Guerreiro. E, a cinco meses da abertura da Copa do Mundo de Futebol Feminino, o cardiologista que atende na Clínica Med+, em Itapira, foi um dos responsáveis pela bateria de exames pela qual foram submetidas as atletas.
Em Itapira, a clínica está em funcionamento desde 2017, no numeral 241 da rua Washington Luiz. Já o doutor Pablo de Oliveira Antunes tem 42 anos e é formado pela Faculdade de Medicina de Presidente Prudente, a Unioeste. Foi dele a missão de realizar os exames nas atletas convocadas por Vadão para a primeira fase da preparação para o Mundial, que acontece na França.
Ao GRANDE JOGADA, o cardiologista explicou que o contato com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) teve início graças ao irmão, o doutor Murilo de Oliveira Alves, que também atua na área e é o coordenador da cardiologia na Med+. Murilo trabalha, entre outros assuntos, com morte súbita em atletas, no Incor (Instituto do Coração), em São Paulo. “Ele foi convidado e estou sempre junto. Começamos a realizar as avaliações desta forma. Primeiro com o sub20, em que fizemos duas vezes e agora com a Seleção principal”.
Entre as avaliadas, um ícone. Marta, eleita a melhor jogadora de futebol do mundo em seis oportunidades. A experiente Formiga também faz parte do grupo que realiza uma das etapas de condicionamento para a competição. De acordo com o doutor Pablo, a avaliação é multiprofissional e ele o responsável pela área cardiológica. “Consiste na avaliação clinica, cardiológica, com eletro, ecocardiograma e teste ergométrico”, explicou. Estes exames são realizados para saber se o atleta está apto ou não e se há riscos de patologias como a arritmia cardíaca ou até mesmo para prevenir casos de morte súbita.
“Os atletas de alta rentabilidade têm uma demanda muito maior do coração. Eles chegam a leva-lo perto do limite e a chance de eventos em pessoas com patologias, por causa do esforço que tende a fazer, é maior”. O médico ressaltou que, após 2004, quando inúmeros casos de mortes súbitas foram registradas no Brasil, como com o ex-zagueiro Serginho, do São Caetano e em outros países, como Marc Vivien Foe, da Seleção de Camarões, a atenção foi ampliada. “Não é algo que atinge só o futebol. Com certeza está sendo cada vez mais exigido este tipo de avaliação. Entidades como a FIFA (Federação Internacional de Futebol) e o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) têm exigido este tipo de investigação, prevenção.
Mas, engana-se quem acha que apenas os competidores de alto rendimento devem se preocupar com o coração. O doutor Pablo ressaltou que, mesmo os chamados ‘atletas de final de semana’ ou aqueles que atuam de forma mais recorrente em modalidades amadoras, devem, sim, dar atenção ao tema. “Principalmente pelo cunho preventivo. Não apenas pelas doenças, mas, para não correr risco algum ao fazer esporte”.
Fonte: Jornal Grande Jogada