sexta-feira, 20 setembro 2024
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Como campanhas devem se adaptar à pandemia nas Eleições 2020

pandemia de covid-19 impôs às pessoas uma nova rotina diante das recomendações de distanciamento social. Esta mudança impactou, inclusive, nas eleições municipais de 2020: além do adiamento da votação de outubro para novembro, até mesmo as campanhas de prefeitos e vereadores passarão por mudanças drásticas.

Devido à pandemia e seus desdobramentos, as campanhas dos candidatos a prefeito e vereador terão, este ano, programas voltados ao meio digital, e podem priorizar algumas pautas em detrimento de outras, analisam especialistas em ciência política. O grande desafio, observam, será usar da criatividade para manter o contato com o eleitorado – ainda que a distância.

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“Sem aglomeração, há um certo enfraquecimento da atividade corpo a corpo, que é muito importante. Mas, por outro lado, fazer comícios [na pandemia] pode mostrar que o candidato não está em consonância com as regras sanitários. É uma situação complexa, um paradoxo”, diz Rosemary Segurado, cientista política e professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo).

O professor da USP (Universidade de São Paulo) e cientista político Glauco Peres aponta que as campanhas dependerão mais ainda dos meios de comunicação, sobretudo da internet, na divulgação de ações e propostas. “Eles vão precisar ser muito criativos. O uso da internet é o óbvio. Se já vinha crescendo antes, será ainda maior agora”, aponta Peres.

Maurício Fronzaglia, cientista político da Universidade Presbiteriana Mackenzie, aponta que quem mais deve sentir esta mudança serão os candidatos de “cidades menores, acostumadas com a política tradicional, que vão ter que se adaptar a isso”.

Para Glauco Peres, a melhor forma de lidar com esta dificuldade, no cenário das redes sociais, onde há facilitação para a formação de grupos específicos, é adequar a mensagem para cada nicho: ”No caso dos vereadores, que não precisam de todo o eleitorado, o caminho é saber falar para seu eleitor. E, no caso dos candidatos a prefeito, saber segmentar o eleitorado será chave nessa eleição”.

Principais pautas

No contexto de uma pandemia, período crítico das gestões municipais à federal, o setor da Saúde é aquele que ganha mais atenção, e os projetos para a pasta podem ser definitivos nas eleições. No entanto, não é a única área que deverá receber maior foco dos candidatos.

“Sem dúvidas. A Saúde sempre foi um tema importante, mas agora ainda mais. Só é difícil dizer se será o suficiente para distinguir os candidatos, se eles de fato vão propor coisas distintas. Mas essa pauta certamente irá aparecer muito”, afirma Glauco Peres. Outras pautas que poderiam ganhar força, avaslia Peres, dependerão acima de tudo do contexto local para cada cidade.

Já para Rosemary Segurado, além, é claro, da Saúde, outro tema que estará mais em pauta que o habitual será o emprego. “Tendo em vista o aumento do numero de desempregados, que já estava muito alto antes da pandemia, e ficaram ainda mais, me parece que será um grande tema que irá ocupar a cena política desta eleição”, pondera.

Maurício Fronzaglia relembra, no entanto, que políticos de âmbito municipal podem fazer “muito mais” pela Saúde que por empregos: “podem pensar em frentes de trabalho, programas de ajuda emergencial, requalificação, mas nessa questão o poder municipal tem uma ingerência menor”.

Para ele, deve ser na Saúde, de fato, o principal foco das pautas nas campanhas políticas este ano. Os municípios têm um grande papel no setor, com os postos e o atendimento à população, comenta Fronzaglia.

“Já é uma reclamação constante, que será agravada pela covid-19, ainda que a covid seja assimilada pela população através da ideologia. O número [de vítimas] é realmente grande. Poderia ter sido evitado sem essa guerra ideológica. Então, quem souber abordar a Saúde e identificar os problemas que afligem mesmo a população pode ter votos em relação a isso”, conclui.

Fonte: R7 notícias

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