Esses fungos podem causar infecções incômodas e resistentes na pele do corpo todo. Aprenda a evitar e combater direito o problema
Só a bela e perfeita bailarina da música de Chico Buarque é que não tem “coceira, berruga nem frieira”. Na vida real todo mundo pode ser vítima dos fungos causadores de micoses, especialmente nos dias quentes. E a frieira, também chamada de pé-de-atleta, é uma das mais comuns.
Os especialistas costumam classificar as tais infecções fúngicas em superficiais ou profundas. As primeiras são endêmicas, isto é, ocorrem quando as condições ambientais — calor, umidade, pouca luz e presença de matéria orgânica — favorecem o crescimento de fungos.
Já as micoses profundas, em geral oportunistas, acometem pessoas que apresentam grave deficiência imunológica. É o caso de pacientes de câncer, aids ou os internados em unidades de terapia intensiva, alvos fáceis de micro-organismos que podem invadir órgãos internos e causar altos índices de mortalidade.
Essas infecções invasivas vêm aumentando nos últimos anos, fruto paradoxal da eficácia da Medicina no tratamento de doenças graves. Explica-se: a maior sobrevida e o tempo prolongado em ambiente hospitalar elevam o risco de infecções. Felizmente, há cada vez mais medicamentos antifúngicos que tendem a reduzir o número de vítimas fatais.
As micoses superficiais — que atingem pele e unhas — em geral não trazem maiores riscos para a saúde da imensa maioria da população. O que não quer dizer que dispensem atenção, porque comprometem a qualidade de vida. Elas devem, sim, ser tratadas.
Sintomas, diagnóstico certeiro… e tratamento
Uma micose começa como um problema estético que, de imediato, afeta a vida social. Coceira, inflamação ou escamação da pele e deformação nas unhas são sintomas comuns. Se não for tratada adequadamente, pode ficar bastante incômoda e dolorosa.
Nos pés, por exemplo, são a porta de entrada para infecções bacterianas, o que piora o quadro. O desconforto chega a interferir no andar, causando problemas ortopédicos. Os diabéticos devem ter um cuidado especial, pois são particularmente suscetíveis a ferimentos e infecções graves.
Para descartar a possibilidade de alergias e até hanseníase, o primeiro passo é procurar um dermatologista, que deve colher material para exame micológico. Só assim será possível identificar com segurança o tipo de fungo e prescrever o tratamento mais eficaz.
Nem pense em automedicação. Em geral é desastrosa, pois o bicho fica mais resistente, o que dificulta a cura. Alguns tipos de micose são tratados em poucos dias com o uso de cremes antifúngicos. Porém, certos fungos, especialmente os que afetam as unhas, são duros na queda. O tratamento é via oral — longo e um pouco caro, infelizmente.