sábado, 16 novembro 2024
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Dona de helicóptero que levava Boechat não podia fazer táxi aéreo

Segundo a Anac, RQ Helicópteros estava autorizada a prestar apenas serviços de aerofotografia, aeroreportagem, aerocinematografia

A RQ Serviços Aéreos Especializados, empresa dona da aeronave Bell Helicopter, de prefixo PT-HPG, que caiu nesta segunda-feira (11), na rodovia Anhanguera, embaixo do Rodoanel, na zona sul de São Paulo, não poderia fazer táxi aéreo, de acordo com a Anac

Segundo a agência reguladora da aviação civil no Brasil, a empresa tinha autorização apenas para prestar serviços de aerofotografia, aeroreportagem, aerocinematografia, entre outros do mesmo ramo. “Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada”, diz a Anac, por meio de nota.

O acidente vitimou o piloto e dono da empresa, Ronaldo Quatrucci, e o jornalista Ricardo Boechat, que era transportado de Campinas, a cerca de 100 km de São Paulo, para a sede da TV Bandeirantes, no Morumbi, zona sul da capital.

O helicóptero voltava da cidade onde Boechat tinha participado uma palestra no Centro de Convenções do Royal Palm Plaza. O evento era promovido pela empresa farmacêutica Libbs.

No site oficial, a empresa oferece o serviço de táxi aéreo, no entanto, afirma que realiza “através de parcerias de todo tipo de aeronave”. Mas o acidente aconteceu com o helicóptero e piloto da empresa.

Em 2018, a RQ Helicópteros, sediada em Santana de Parnaíba (Grande São Paulo), foi multada em R$ 8 mil por um processo aberto em 2011 pela Anac. O processo foi aberto por causa de “promoção de propaganda irregular de serviços de voos panorâmicos remunerados”, mesmo assim a empresa continua anunciando os serviços de táxi aéreo e voos panorâmicos em seu site.

Ainda de acordo com as informações da empresa fornecidas no site, o único serviço que a RQ Helicópteros aponta que é “homologado pela Anac” é o de reportagens aéreas, que, segundo a empresa, “geralmente são utilizados em acompanhamento de trânsito”.

Além disso, o processo relata que uma das aeronaves da empresa foi flagrada realizando voos panorâmicos “utilizando aeronave inadequada e sem autorização da autoridade de aviação civil”. “A RQ Serviços Aéreos Ltda não é uma empresa certificada e autorizada a realizar serviços aéreos de transporte de passageiros”, diz a decisão.

R7 questionou a empresa, por meio de e-mail e via WhatsApp, sobre quem foi a contratante do serviço e por que a empresa prestou o serviço, se estaria sem habilitação para isso. A reportagem também tentou contato telefônico, por meio dos telefones fixo e celular fornecidos pela empresa. No entanto, até esta publicação, não houve nenhum retorno.

A reportagem também questionou a Anac sobre a fiscalização da agência sobre o tipo de serviço prestado pela empresa. No entanto, a reguladora da aviação civil no Brasil não respondeu e disse que “abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente”. E disse que as informações prestadas na nota (íntegra abaixo) são as que dispõe no momento.

Segundo a Anac, a aeronave que caiu estava em situação regular, com estava com o Certificado de Aeronavegabilidade válido até maio de 2023 e a Inspeção Anual de Manutenção em dia até maio de 2019. Ainda de acordo com a agência, Ronaldo Quatrucci estava com as licenças e habilitações de piloto comercial de helicóptero (PCH) válidas.

Por meio de nota, a TAM Aviação Executiva, representante de vendas da Bell no Brasil desde 2004, disse que a empresa já enviou uma equipe para o local da queda. “Sobre o acidente do helicóptero Bell 206 Jet Ranger, ocorrido hoje, fomos informados pela Bell que seu funcionário, representante técnico no Brasil, foi acionado para ir ao local do acidente e colaborar com o Cenipa para a investigação. Qualquer questionamento adicional deve ser encaminhado ao referido órgão (Cenipa).”

Veja a nota da Anac:

“A aeronave de matrícula PT-HPG, acidentada hoje, em São Paulo, era operada e pertencia à empresa RQ Serviços Aéreos Especializados LTDA. A empresa possui autorização da ANAC para prestar Serviços Aéreos Especializados (SAE), que incluem aerofotografia, aeroreportagem, aerocinematografia, entre outros do mesmo ramo. A aeronave acidentada também estava certificada na categoria SAE. Qualquer outra atividade remunerada fora das mencionadas não poderia ser prestada. Tendo em vista essas informações, a ANAC abriu procedimento administrativo para apurar o tipo de transporte que estava sendo realizado no momento do acidente.”

Fonte: R7 Notícias

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