segunda-feira, 25 novembro 2024
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EntreLaços apresenta nova proposta de acolhimento de crianças e adolescentes afastadas do vínculo familiar

A Administração Toninho Bellini lançou na última terça-feira, 19, em cerimônia solene
no Salão do Júri, no Fórum de Itapira, o Serviço de Acolhimento Familiar “EntreLaços”.
Também conhecido como Família Acolhedora, o novo serviço municipal oferece uma
proposta diferenciada para atender crianças e adolescentes que foram afastadas do
convívio familiar por medida de proteção, por abandono ou porque sua família de
origem se encontra temporariamente impossibilitada de cumprir suas funções de
cuidado e proteção. A Juíza de Direito da 2ª Vara e Diretora do Fórum de Itapira Dra.
Hélia Regina Pichotano e o Promotor de Justiça da 1ª Promotoria Dr. Márcio Clóvis
Bosio Guimarães participaram do evento.
“Esse é um serviço muito de extrema importância para as crianças de nossa cidade.
Gostaríamos que não fosse necessário, mas sabemos que há muitas crianças que
hoje precisam ser acolhidas e apesar do excelente serviço prestado pela nossa Casa
Transitória, precisávamos desse novo tipo de atendimento no município. Estamos
preparados para esse serviço e contamos com o apoio da nossa população para o
sucesso dessa nova política pública”, disse o Prefeito Toninho Bellini.
Diferente da adoção, o EntreLaços tem caráter provisório e excepcional e visa a
reintegração com a família de origem ou família extensa e, em último caso,
encaminhamento para adoção. O serviço faz parte da Secretaria de Promoção Social
e será desenvolvido sob supervisão do CREAS (Centro de Referência Especializado
de Assistência Social). “O sentimento de hoje é gratidão. Ao prefeito por nos apoiar em
todas as nossas decisões e ações e a toda a equipe envolvida nesse trabalho. É um
momento muito importante para a nossa cidade, para as nossas crianças”, declarou a
Secretária de Promoção Social Regina Ramil Marella.
Na prática, as crianças/adolescentes em situação de abandono ou violação de direitos
poderão ser encaminhadas para uma família previamente cadastrada que a incluirá
em seu núcleo e rotina familiar, oferecendo afeto e cuidado. Esse novo modelo não
substitui aquele que hoje é praticado pela institucionalização da Casa Transitória, mas
funcionará de maneira concomitante, sendo que uma avaliação prévia definirá para
qual tipo serviço a criança será encaminhada.
A Promotora da Infância e Juventude de Campinas Andreia Santos Souza – que é
Mestre em Filosofia pela PUC de Campinas e Mestre em Estudos Avançados de
Direito da Criança pela Faculdade de Direito da Universidade de Friburgo, na Suíça –
é uma das consultoras voluntárias para a implantação do serviço em Itapira. Em seu
discurso, ela lembrou o pioneirismo de Itapira na implantação do serviço de

acolhimento institucional da Casa Transitória e exaltou o fato de, mais uma vez, Itapira
sair na frente dos municípios da região em oferecer um serviço novo e que traz muitos
benefícios para as crianças. “Só tenho a parabenizar o Prefeito por esse grande feito
em seu governo e aos vereadores por terem votado e aprovado a lei que regulamenta
esse serviço. É um legado do acolhimento às crianças que vocês deixam hoje”. Ela
também falou sobre a importância das duas modalidades de acolhimento, o
institucional e o em família, e destacou a importância dessa nova modalidade que se
inicia em Itapira. “Como promotora, posso falar da diferença da criança acolhida em
família e da acolhida em instituição. E o segredo é a capacitação da família
acolhedora. Chegamos aqui, mas tem sempre um próximo passo”, concluiu.
O Serviço de Acolhimento Familiar EntreLaços será preferencial ao acolhimento
institucional por apresentar mais benefícios para o desenvolvimento da criança e do
adolescente, como ambiente familiar, atenção individualizada, estímulos e criação de
vínculos que permitam um melhor desenvolvimento e superação do trauma causado
pelo rompimento familiar e/ou pelas situações vividas que a colocaram na posição de
vulnerável, sem deixar de lado a preservação dos vínculos com a família de origem,
quando permitido judicialmente.
Uma das principais autoridades no assunto de Família Acolhedora no Brasil, a
Assistente Social, Mestre e Doutora em Serviço Social, Pesquisadora colaboradora do
Núcleo de Estudos de Politicas Públicas da Unicamp e membro do Observatório da
Infância e Adolescência da Unicamp, Jane Valente, também esteve presente. Ela
apresentou um panorama sobre o surgimento da modalidade de família acolhedora no
mundo e no Brasil e falou sobre as pesquisas que mostram do impacto positivo que
esse tipo de acolhimento causa nas crianças, especialmente entre 0 e 6 anos. “Quanto
mais cedo tratamos a criança de maneira adequada, melhor o seu desenvolvimento.
Do seu nascimento aos seis anos de idade são os anos mais importantes da vida da
criança. Os resultados desse tipo de serviço são muito positivos. E aqui tratamos a
criança, a família acolhedora e a família de origem. Sempre com o intuito principal de
que essa criança possa voltar para sua família de origem, sempre mantendo os
vínculos”, ressaltou.

Quem pode se inscrever
Qualquer adulto com mais de 21 anos, residente em Itapira há mais de dois anos, sem
antecedentes criminais, com qualquer estado civil, que não esteja em lista de adoção
e com disponibilidade para oferecer carinho, amor e atenção pode se cadastrar para
se tornar uma Família Acolhedora. Os interessados passarão por avaliação da equipe
técnica do serviço, além de capacitações e acompanhamento da equipe técnica durante todo o período de acolhimento. Mais detalhes sobre o serviço e o formulário
de pré-cadastro estão no site www.itapira.sp.gov.br/pagina/entrelacos-servico-de-
acolhimento-familiar-para-criancas-e-adolescentes/142

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