O pesquisador itapirense Moisés Diego Germano, 34, tem participação no livro “Diretriz de Prescrição de Exercícios em Pacientes Acometidos pela Sars COV-2”. A obra serve como referência para professores de Educação Física e fisioterapeutas, no atendimento a pessoas que tiveram sequelas motoras após contrair a Covid 19.
Formado na área de Educação Física pela Uniararas e dono da titulação de Mestrado e Doutorado nesta área (em Ciência do Movimento Humano), Germano integra atualmente o corpo docente do Centro Universitário UNIESI, lecionando várias disciplinas até em outras áreas e atua também na SEL (Secretaria de Esportes e Lazer). Sua participação na elaboração do livro – cujo lançamento oficial ocorreu na última semana de agosto – se deveu a uma deferência vinda da direção do Conselho Regional de Educação Física (CREF-SP), convite que foi dirigido também a outros três pesquisadores da área: os doutores Luís Otávio Mascatello, Aylton Figueira e Leonardo Lima, os dois últimos ligados à Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo.
“O livro, de 76 páginas, foi imaginado inicialmente a partir da necessidade de estabelecer diretrizes para que os profissionais de Educação Física tivessem uma base científica para prescrever exercícios específicos no atendimento de pessoas que foram acometidas pela Covid 19”, explica Germano. “O convite para participar aconteceu ainda no primeiro semestre”.
Ele revelou que foram quatro encontros presenciais com os colegas – todos com referências até em nível internacional dentro de suas áreas de atuação – e outros quatro on line, e a partir daí os especialistas traçaram o roteiro da obra, até sua finalização já no final de junho último.
Pioneirismo
Germano destaca o pioneirismo da obra, lembrando que somente nos Estados Unidos havia algum tipo de abordagem a respeito deste tema. “Neste sentido, fomos pioneiros na América Latina”, assegurou. No seu caso específico, foi valiosa a experiência que teve junto ao ambulatório criado pela Secretaria Municipal de Saúde, em meados de 2021, para atender pacientes de Covid com sequelas motoras. “Eu tive o privilégio de vivenciar o que teorizamos no livro de uma forma prática”, observou. Estima que durante seis meses, atendeu pelo menos 120 pacientes em Itapira.
A maioria destes pacientes já vinha de experiência em lidar com diversos tipos de comorbidades, que em situações normais já representam uma dificuldade adicional para que essas pessoas se sentissem motivadas em realizar atividades físicas. Com as sequelas da Covid, tudo isso ficou, segundo Germano, ainda mais complicado. “A gente lidava com pessoas que tiveram, por exemplo, a capacidade pulmonar quase que irremediavelmente comprometida”, lembra. “Pessoas que passavam semanas internadas recebiam alta com perda imensa de sua massa corporal”.
Tudo isso, exigiu que os autores do livro, apoiados pelo que há de mais avançado em termos bibliográficos, examinassem cada caso e apontassem soluções, permitindo apresentar condutas, programas de treinamento, controle e avaliação. “Nós conseguimos passar a receita para cada caso. É isso que os profissionais da área irão encontrar no livro. Está tudo lá, detalhado, ilustrado. Só colocar em execução”, completou. Quem tiver interesse em ter acesso à obra completa, pode acessar crefsp.gov.br