Um encontro realizado na tarde desta quarta-feira, 15, no auditório da AIPA (Associação Itapirense de Preparo do Adolescente) reuniu profissionais de saúde da Rede Básica e de serviços municipais voltados à Saúde Mental para debater sobre técnicas de abordagem de um paciente que atentou contra a própria vida e as mudanças de padrões de atendimento que podem ajudar a prevenir novas ocorrências.
O alerta para o aumento das tentativas de suicídio no município foi dado pela Vigilância Epidemiológica através do cruzamento de dados das notificações feitas por diferentes serviços de saúde. “Essas questões ainda são tratadas como tabu, mas representam um problema de saúde pública grave e complexo que precisa ser mais bem compreendido para ser enfrentado”, destacou a Diretora do Hospital Municipal, Maria Sueli Rocha Longhi, na abertura do evento.
Ao longo de toda a tarde, os participantes ouviram quatro palestras que abordaram o tema de diferentes formas, desde a concepção do sentido da vida até o funcionamento da rede de atendimento, a RAPS (Rede de Atenção Psicossocial). Os expositores foram o Psicólogo Ms. José Antônio Zago, coordenador do CAPSad de Itapira, Dra. Adriana Rapelli, médica psiquiatra do CAPSad de Itapira, a psicóloga Bianca Moraes de Oliveira, do CAPS II do Bairral, e a Psicóloga Príncia Lanzoni, interlocutora da RAPS de Itapira.
Além de falarem sobre os sinais de alerta que devem ser mais bem observados, as técnicas de atendimento adequadas e os encaminhamentos que são necessários, um dos assuntos amplamente discutidos foi o acesso facilitado aos medicamentos benzodiazepínicos e de como eles podem se tornar agravantes para pacientes com psicopatologias que estão em estado de profundo desespero. “É um dado que chama muita atenção e que devemos tratar com mais cautela. Precisamos admitir que o suicídio é uma questão que diz respeito a todos os profissionais de saúde e esse encontro é o start necessário para mudanças de posturas na escuta qualificada da equipe e do modelo de atendimento. Estamos trazendo todas as questões a público para que juntos possamos elaborar ações efetivas para a prevenção”, concluiu Maria Sueli.