Melhorar e ampliar a eficiência do tratamento de esgotos de Itapira, bem como reduzir o impacto ambiental e ainda gerar economia aos cofres públicos. São estes os objetivos almejados pela Prefeitura e pelo SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) ao planejar novos e necessários investimentos na ETE (Estação de Tratamento de Esgotos) localizada às margens da Rodovia SPI-177/342.
A proposta é implantar sistemas de Remoção e Desidratação do Lodo e de Desinfecção da Estação de Tratamento de Esgotos. Na prática, isso significa remover e tratar todo o lodo (resíduo sólido originado a partir do tratamento de esgotos) assoreado nas quatro lagoas de decantação, além de implantar um sistema de desinfecção do efluente tratado.
Para isso, a administração municipal busca junto à Câmara de Vereadores a aprovação de um projeto de lei que autoriza o município a celebração de um convênio com a Agência de Fomento do Estado de São Paulo (Desenvolve SP) com valor de até R$ 4 milhões destinados à implantação dos sistemas. O texto já está na Casa e tramita nas Comissões Permanentes, devendo ir à votação nos próximos dias.
De acordo com o projeto, o processo de remoção será feito por meio de um sistema de dragagem do lodo acumulado no fundo das lagoas de decantação, o qual será encaminhado a uma estação de desidratação por meio de um equipamento conhecido como decanter centrífugo. Depois desse processo, a matéria sólida será encaminhada ao Aterro Sanitário em um caminhão que também será adquirido por meio do convênio.
A implantação dos sistemas, segundo a Prefeitura, ainda representará economia de dinheiro público que poderá ser investido em outras áreas, já que o município não precisará mais contratar serviços de dragagem e desassoreamento das lagoas, que costuma ser realizados a cada três ou cinco anos em média, com custos estimados em aproximadamente R$ 5 milhões para a remoção do lodo das quatro lagoas de decantação.
Já a implantação do novo projeto tem um custo único com valor médio orçado em R$ 3.134.658,98. Desta forma, o SAAE poderá resolver definitivamente esta questão, sem que as próximas administrações tenham também que conviver com o despendimento de recursos para realizar estes serviços. “ A atual situação é preocupante, temos uma das lagoas de tratamento com 33% de capacidade operacional e as outras três com em média 2%, então algo tem de ser feito. Esse projeto prevê a implantação de um sistema permanente para a remoção e o tratamento de lodo proveniente da estação, que será operado pelo próprio SAAE a um custo bem mais baixo do que as contratações externas”, comenta o prefeito José Natalino Paganini (PSDB), que assina o projeto enviado à Câmara.
NA CÂMARA
O presidente da Câmara Municipal, Maurício Cassimiro de Lima (PSDB), também destaca os benefícios do projeto. “É uma forma de evitar que o município continue gastando a cada determinado período de tempo com esse tipo de serviço. Ter um mecanismo próprio para realizar o desassoreamento, tratamento e destinação desses resíduos sem dúvida representa um grande ganho, inclusive para os próximos prefeitos que não vão mais conviver com o fantasma dessa despesa que não é baixa”, assimila.
O vereador lembra que na atual administração, o deputado Barros Munhoz conquistou algo em torno de 9 milhões de reais a fundo perdido, destinados a obras de saneamento básico da cidade. Sendo que na administração municipal anterior, algumas ações de desassoreamento foram realizadas com altos custos aos cofres municipais. “Aí, passam-se alguns anos e é preciso fazer novamente. Ou seja, é uma questão que sempre volta a impactar as finanças da Prefeitura. O que esse projeto busca é justamente a autorização para fazer um só investimento, mas que resolverá de forma definitiva essa demanda”, explica, revelando que conta com a acolhida dos demais vereadores para que o texto seja aprovado. “É uma questão de bom senso e de coerência. O projeto é realmente importante, necessário e com efeitos muito positivos para nossa cidade”.