Há quinze dias foi publicado nessa mesma coluna sobre as vacinas serem vitimas do seu próprio sucesso. Vacinar é uma das formas mais efetivas e de menor custo para reduzir a mortalidade infantil, conforme a Organização Mundial da Saúde. No entanto, Europa, Estados Unidos e, aos poucos, Brasil, precisam lidar com pais que se recusam a vacinar as crianças. A escolha, aparentemente individual, afeta todo mundo: a lógica da vacina é que imunizar uma população impede que o vírus se propague. Portanto, quanto mais pessoas vulneráveis, mais chances o agente invasor tem de causar doenças.
Mas, ao invés de crucificar aqueles que acabam acreditando em notícias falsas e correntes espalhadas pelas redes sociais, é preciso explicar o porquê a vacina é tão importante e quais são as doenças que elas previnem. O desenvolvimento das vacinas, no século 20 foi um dos grandes avanços da medicina, junto com antibióticos. Ela é de extrema importância para todos e traz benefícios não só para a criança vacinada, mas para todos que entram em contato com ela.
A vacina BCG previne a tuberculose, assim como as suas formas graves, como a meningite tuberculosa e a tuberculose militar. A tuberculose é uma doença infecto contagiosa que acomete principalmente os pulmões. O seu tratamento dura seis meses e se não for acompanhado pode deixar com sequelas pulmonares graves e evoluir para outras áreas do corpo.
A vacina tríplice DTP previne contra difteria, tétano e coqueluche. Difteria é uma doença grave do nariz e da garganta, a bactéria forma placas amareladas que se alojam nas amigdalas, faringes e laringes, nariz e ate mesmo na pele. Em casos graves, pode causar dificuldade de respirar e ate mesmo obstrução total da respiração, levando o paciente a óbito. Já o tétano, infelizmente não é contraído apenas por prego enferrujado como diz a lenda. A sua bactéria fica no solo e causa espasmos musculares dolorosos que podem levar a morte. A coqueluche é também chamada de “tosse comprida”, pois é uma doença que acomete o aparelho respiratório. É extremamente grave em crianças pequenas que não receberam a vacina, pois têm as vias respiratórias muito finas e que podem ser facilmente obstruídas pelo muco produzido na infecção. Por conta disso, elas podem até correr o risco de não conseguirem respirar.
A vacina oral VOP previne contra a poliomielite, também chamada de paralisia infantil. O tratamento ajuda, mas a doença infelizmente não tem cura. Ela não era mais vista no Brasil, mas hoje, 312 cidades brasileiras sofrem com o risco de retorno da poliomielite. Infecções causadas pelo Haemophilus influenza tipo b: a vacina contra Haemophilus influenza tipo b (Hib) protege contra formas graves da infecção por esta bactéria (meningite e pneumonia, principalmente).
A vacina anti-hepatite A previne a hepatite A, que é a doença viral mais frequente em países onde o saneamento básico é precário, sua forma fulminante pode levar ao óbito. Já a vacina contra hepatite B, previne a hepatite B: é uma doença que pode ocorrer em qualquer idade e evoluir para formas crônicas, levando até ao câncer de fígado. A vacinação é realizada no nascimento, com um mês (ou dois meses) e seis meses de vida.
A vacina tríplice SCR protege contra Sarampo, Caxumba e Rubéola. Sarampo mata uma em mil crianças que pegam, evolui com surdez, encefalite e mielite. Caxumba causa infertilidade em 25% dos meninos que contraem a doença e rubéola é muito perigosa para gestantes e seus fetos caso entrem em contato com o vírus.
A vacina contra varicela nos protege da famosa catapora. É muito contagiosa e provoca febre e lesões da pele. Pode apresentar formas mais graves (varicela hemorrágica) ou levar a complicações causadas por bactérias.
As infecções causadas pelo Pneumococo e por Meningococo C podem evoluir a meningite, o que aumenta o número de óbitos. As infecções causadas pelo rotavírus são as causas mais comuns de diarreia grave na infância. Com as duas doses da vacina ocorre grande proteção contra a enterite grave (diarreia, vômitos) e desidratação, que exigem tratamento médico e hospitalização.
Por isso que se deve vacinar. Não vacinar as crianças é ilegal, pois vai contra o Estatuto da Criança e do Adolescente. Esse ato de negligencia está fazendo com que doenças até então erradicadas voltem à tona. Além disso, tem crianças que não podem receber algumas vacinas por terem algum problema de saúde. Elas contam com a baixa circulação dessas doenças pra se protegerem. Seja solidário e zeloso, vacine seus filhos.
Milton Antonio Leitão. É farmacêutico bioquímico, consultor técnico da Farmácia de Manipulação Formula Athiva Mil. Mais informações estamos à disposição na Praça Mogi Mirim , 5 – Santa Cruz, Itapira, fone 19 3863-1266, Whats App: 19 981805923, e-mail – leitãomilton@gmail.com ou facebook.com/farmaciaformulaathiva